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Ansiedade nos estudos? Veja como identificar e combater possíveis crises

12/08/2021

Sinais da ansiedade nos estudos, como entendê-los e evitá-los, trazemos todas as informações

Rotina intensa de dedicação, coração acelerado, autocobranças, elevado nível de exigência, dificuldade de concentração. Qualquer semelhança com a sua realidade não é mera coincidência.

Não é à toa, inclusive, que os estudantes da área de saúde sofrem bastante de transtornos mentais. Já no começo, a ansiedade nos estudos se torna comum, além de muitas vezes subestimada.

Só para você ter uma ideia de como é tão presente, um levantamento realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte observou que 66% dos estudantes de determinado curso de Medicina apresentavam algum nível de estresse. Uma quantidade considerável, não acha?

No entanto, com a ajuda de boas práticas, é possível dar a volta por cima e melhorar a saúde mental. Confira as dicas!

O que é a ansiedade nos estudos?

Bem, antes de tudo, precisamos definir o que é ansiedade. É um sentimento que deriva de uma das nossas emoções mais primitivas: o medo. Por incrível que pareça, ter medo e ansiedade não é ruim. Na verdade, são sensações importantes e necessárias, pois estão associadas à sobrevivência da espécie.

Por exemplo, nossos antepassados precisavam sentir medo do desconhecido, já que isso ligava um alerta no organismo para que lutassem ou fugissem de perigos. Todas as sensações desagradáveis, como coração acelerado e respiração ofegante, fazem parte de um sistema inteligente que prepara nossos pulmões e leva energia aos músculos para agirem em prol da sobrevivência.

Acontece que esse sistema de alerta nem sempre funciona de maneira equilibrada. É aí que surge o transtorno de ansiedade, fazendo com que o organismo reaja como se estivesse em um frequente e eterno momento de fuga e luta, ainda que não exista ameaça real.

Assim, quando você sente ansiedade nos estudos, é como se o seu cérebro interpretasse, nesse momento, que algo ameaçador está prestes a acontecer. Então, surgem todas as sensações fisiológicas.

Quais são os principais sintomas da ansiedade?

Sendo assim, como reconhecer os sintomas de ansiedade ao estudar? Até que ponto podem ser normais? Veja melhor!

Preocupação

É como se a sua mente não conseguisse viver no presente. Além disso, não importa o que aconteça, a sensação é de estar só pensando no futuro, nas coisas que podem acontecer e, de certa forma, tentando se antecipar aos cenários negativos.

Na preocupação excessiva, há muitos pensamentos “e se”. Por exemplo: “e se eu não conseguir me formar?”, “e se o mercado já estiver saturado?”, “e se eu não souber qual especialização em Medicina fazer”?

Cansaço

A fadiga é constante. Você pode acordar, inclusive, com a sensação de cansaço, como se tivesse corrido a maratona durante toda a noite. Bem, talvez sua mente e seus pensamentos tenham, realmente, se exercitado tanto, a ponto de impedir seu organismo de descansar direito.

Insônia

Aliás, a ansiedade pode ser tanta na hora de deitar que a mente não consegue desligar. Isso provoca insônia, fazendo com que você se vire várias vezes na cama até, de fato, conseguir dormir.

Dificuldade de concentração

A dificuldade de concentração é super comum. Afinal, além de o seu organismo não ter repousado suficientemente para criar mais energia para estudar, os seus pensamentos ainda ficam vagando na hora de ler um livro ou assistir a uma aula.

Irritabilidade

O humor irritável é outro sintoma de ansiedade. Você pode variar entre estados de tristeza e falta de paciência, além de desmotivação. Qualquer coisa que saia do padrão, como trânsito lento ou um atraso do professor, faz você sentir raiva e nervosismo.

Tensão muscular

Dores nas costas e nos ombros também fazem parte do quadro de ansiedade nos estudos. Além de isso incomodar na hora de dormir, atrapalha durante o dia, já que é possível desenvolver um processo de inflamação.

Quais as dicas para lidar com a ansiedade nos estudos?

Ansiedade e estudos: como lidar? Acompanhe os conselhos que separamos!

Tenha uma rotina equilibrada

Os cursos da área de saúde, a exemplo de Medicina e Odontologia, têm uma rotina de dedicação elevada, o que leva os estudantes a entrarem em um ciclo de autoexigência e pouco descanso.

No entanto, chega um momento em que o organismo não dá conta, podendo inclusive desenvolver disfunções. Sem contar que tudo isso pode levar ao surgimento de um transtorno de ansiedade generalizada, depressão e burnout.

Por isso, tente estabelecer um cronograma com horários para iniciar e terminar os compromissos. Você também precisa descansar, dormir bem e ter momentos de lazer para o organismo funcionar de forma saudável.

Faça atividades físicas

Você deve saber, mas não custa repetir: as atividades físicas estimulam a produção de hormônios do bem-estar. É importante que eles estejam regulados para que o seu humor também fique, já que tudo isso influencia a sua ansiedade e concentração.

Alimente-se bem

A alimentação também interfere no modo como nosso cérebro e organismo trabalham. Todos os nutrientes ingeridos vão compor a microbiota intestinal, que exerce várias funções importantes. Por exemplo, ela interfere na captação de serotonina e dopamina. Assim, para funcionar bem, a recomendação é evitar os alimentos ultraprocessados, as frituras, o açúcar e o álcool.

Inicie um tratamento profissional

Transtornos mentais são multicausais, o que significa a necessidade de agir em diversas frentes. Geralmente, uma terapia com um psicólogo ajuda bastante, pois o profissional contribui para lidar com os aspectos emocionais. Em alguns casos, também é preciso tomar medicação psicoterápica, que agirá na química cerebral.

Como ajudar outras pessoas com ansiedade?

Bem, e se os colegas e amigos também apresentarem sinais? Como ajudá-los? De várias formas!

Ouvindo-os

É uma forma de demonstrar apoio e fazer a pessoa se sentir acolhida e validada em seus sentimentos. Isso sem contar que falar sobre problemas e angústias já é terapêutico.

Distraindo-se junto deles

Dessa forma, todos se ajudam e podem enfrentar o momento com mais leveza. Participar de grupos e ter amizades quando se está passando por tempos difíceis é uma forma de cuidar da saúde mental.

Evitando os clichês

Às vezes, caímos na tentação de repetir, de forma automática, aquelas frases do tipo “isso logo passa” ou “existem pessoas em situações piores”. No entanto, além de não ajudar em nada, a outra pessoa ainda pode se sentir julgada e passar a se cobrar ainda mais. Aliás, não é à toa que a própria campanha de Setembro Amarelo discute ansiedade e dá essas dicas.

A ansiedade nos estudos não é frescura, ela é real. Se não cuidada, ainda pode se transformar em um transtorno sério e causar grandes complicações na saúde física e mental. Por isso, já sabe: cuide de si! Até porque se você não estiver bem, terá dificuldades de completar a formação, fazer a residência médica e exercer sua profissão.

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