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Coronavírus: o que é preciso entender sobre o comportamento da doença no Brasil?

13/05/2021

Quem poderia imaginar que 2020 seria marcado por uma crise sanitária mundial que afetaria profundamente a nossa sociedade, não é? Economia, educação e saúde são apenas alguns dos exemplos dos setores mais afetados com a disseminação da Covid-19.

Depois de mais de um ano, ainda existem muitas questões a serem respondidas. O Brasil se tornou um dos países mais afetados pela doença. Mas como tudo começou? Quais variantes do coronavírus circulam pelo território brasileiro? A resposta a essas e outras questões serão conhecidas neste artigo. Confira!

O que mudou do primeiro caso até o momento atual?

O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi registrado no dia 26 de fevereiro de 2020, na cidade de São Paulo. Desde então, a doença se espalhou por todos os estados por meio da chamada transmissão comunitária, quando não é possível rastrear a origem da infecção. Ela indica que o vírus está circulando entre as pessoas, não importando se elas estão viajando ou não para fora do país.

Em março de 2020, o Ministério da Saúde determinou quais seriam os critérios de isolamento e quarentena a serem instituídos pelas autoridades sanitárias com relação às pessoas com suspeita ou com a doença confirmada.

Em maio, o país já ultrapassava os 10 mil casos diários. No mesmo mês, o país bateu a marca de 10 mil mortos pela doença. Seguimos, então, para junho, quando o Brasil atingiu 1 milhão de infectados.

Em agosto, chegamos aos 100 mil mortos. Em janeiro de 2021, foram 200 mil. Em março, o número subiu para 300 mil. Nessa pequena linha do tempo, podemos ver o quanto a infecção se alastrou de maneira mais rápida nos últimos meses, atingindo especialmente as cidades interioranas, que, antes, apresentavam índices relativamente baixos.

E o que levou a isso? O Brasil tem dimensões continentais e cada estado adotou medidas de segurança de acordo com sua realidade, mas outro ponto que ajudou a espalhar a doença em uma velocidade maior foi a presença de mutações do vírus.

De maneira geral, a pandemia não só modificou o cenário da saúde no país, mas toda a economia. Diversos setores foram fortemente afetados, e novos hábitos de higiene pessoal, como utilizar máscaras e usar álcool em gel, foram adotados.

Como o coronavírus age na população das diversas faixas etárias?

O coronavírus é uma doença que atinge todas as faixas etárias. O que muda é o comportamento no organismo, por exemplo, as crianças infectadas costumam ter um quadro leve ou moderado.

Uma das explicações dadas por estudiosos é que a porta de entrada da Covid-19 parece ser uma proteína específica, que estaria menos desenvolvida nas crianças e adolescentes, o que reduziria a chance de infecção.

Os jovens também costumam ter alguns dos principais sintomas da Covid mais brandos, mas são uma faixa de idade que se contamina muito, devido aos hábitos, além de representarem uma parcela significativa de hospitalizados.

No entanto, a grande preocupação está em adultos com comorbidades e idosos. Segundo reportagem, 85% dos mortos têm mais de 60 anos, e 82% têm alguma comorbidade, sendo as mais comuns:

  • cardiopatia;
  • diabetes;
  • pneumopatia;
  • doença neurológica;
  • doença renal;
  • asma.

Doenças crônicas preexistentes contribuem para o agravamento do quadro, visto que as pessoas já têm uma imunidade mais baixa. Com isso, o organismo se torna mais suscetível à contaminação e ao desenvolvimento dos sintomas perigosos.

Quais são os índices de contágio?

Os índices de contágio estão diretamente ligados à transmissão da doença. Por exemplo, se a taxa de transmissão é de 1,2, cada 100 pessoas infectadas transmitem a doença para outros 120 indivíduos. Quando se projeta isso para uma população, o vírus passa a se alastrar muito rapidamente.

O que costuma acontecer é uma oscilação nessa faixa. De acordo com o Imperial College, na semana do dia 19 de abril de 2021, a taxa de transmissão no Brasil estava em 1,06. Ou seja, a cada 100 contaminados, 106 novas pessoas contraíam o vírus. Para que, de fato, haja uma desaceleração da doença no país, é necessário que esse índice fique abaixo de 1. Desde dezembro de 2020, isso não acontece.

O que sabemos sobre as variantes do Coronavírus?

Uma série de variantes do coronavírus apareceu ao redor do mundo desde a primeira cepa identificada, em Wuhan (China), e o problema é que ainda não sabemos tanto sobre elas. No início, por exemplo, não era possível dimensionar o poder de expansão e o quanto a doença afetaria o mundo. O fato é que até hoje os cientistas pesquisam seus efeitos no organismo.

Inclusive, é muito por causa dessas variantes que o número de contaminados e óbitos continua tão alto no Brasil. Afinal, algumas dessas mutações têm um maior índice de contaminação.

Segundo levantamento, o país tem, hoje, as seguintes variantes circulando em todo o território:

  • B.1.1.29;
  • B.1.1.28;
  • B.1.1.33;
  • P.1 (originada a partir da B.1.1.28 e conhecida como a variante de Manaus);
  • P.2 (derivada da B.1.1.28, conhecida como a variante do Rio de Janeiro);
  • uma nova variante foi identificada nos últimos tempos e já é chamada de N9. Encontrada em São Paulo, ela é da linhagem B.1.1.33.

A cepa de Manaus, por exemplo, tem mutações que fazem com que se replique com mais rapidez, além de ser mais capaz de escapar da resposta imunológica da vacina.

Por enquanto, porém, a vacina tem sido eficiente. O problema é que isso pode mudar devido às mutações, que ocorrem de forma proporcional à circulação do vírus. Daí a necessidade tão grande de uma vacinação em massa e da contenção do aumento de casos.

Ondas

O Brasil vive períodos de agravamento da doença em seu território, conhecidas como ondas. Entre maio e julho de 2020, o país passou por sua primeira onda, com aumento expressivo nos casos de disseminação do vírus e de internações e óbitos.

Na realidade, muitos estudiosos consideram que o país nem mesmo saiu da primeira onda e já entrou em uma segunda, em março de 2021. Agora, os casos tiveram um aumento vertiginoso, com o número de mortes batendo recordes diários e alguns locais em colapso no sistema de saúde. Tudo isso causado pelas variantes da Covid-19.

Como o comportamento do coronavírus varia no calor e no frio?

Falando em mutações, uma dúvida frequente é com relação ao comportamento do vírus no calor e no frio. Há uma tendência de maior contaminação em determinada época? Como isso funciona?

O que se sabe até agora é que o coronavírus aproveita as temperaturas mais baixas para se manter ativo, sobrevivendo nos ambientes. Apesar de ter uma resistência mais baixa a altas temperaturas, tem um comportamento em cada localidade.

Isso acontece porque a transmissão acontece em grande parte de pessoa para a pessoa. Por exemplo, a Europa viu os seus casos aumentarem mais no inverno, enquanto os Estados Unidos viram isso acontecer no verão. No Brasil, os meses mais frios em 2020 também registraram um aumento de casos.

Quais são as sequelas da Covid-19 nas pessoas recuperadas?

Independentemente da época dos surtos da doença, o coronavírus pode gerar sequelas em pessoas que já tiveram a doença. Elas podem afetar a qualidade de vida e até agravar condições de saúde preexistentes, levando a óbitos.

Entre os principais problemas encontrados após a recuperação, estão:

  • fadiga;
  • dores de cabeça e musculares;
  • queda de cabelo;
  • perda de olfato e paladar (tanto temporária quanto duradoura);
  • trombose;
  • depressão;
  • ansiedade;
  • dificuldade de raciocínio e memória.

Como foi possível perceber ao longo do artigo, o coronavírus afetou o dia a dia de todos os brasileiros. É muito importante estar atento ao comportamento da doença, porque ela tem sofrido mutações e, com isso, gerado problemas distintos tanto para a sociedade como um todo, quanto para a saúde e a economia.

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