RCP em crianças: o que é e como realizar o passo a passo?

Entender como realizar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em crianças de forma adequada, é fundamental para reduzir os índices de mortalidade por parada cardiorrespiratória.

A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em crianças se trata de uma técnica usada com o intuito de reverter ou impedir a morte súbita devido à ausência de funções circulatórias e respiratórias, ou que estejam completamente comprometidas. Apesar de ser um assunto complexo, é importante falarmos dele.

Afinal, a aplicação desse método de forma adequada em casos de emergências pode ser fundamental para salvar vidas. Pensando nisso, elaboramos este artigo para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto. Confira!

O que é RCP em crianças?

A ressuscitação cardiopulmonar ou RCP em crianças, é um grupo de manobras de emergência usado com a finalidade de salvar pacientes que estão passando por uma parada cardiorrespiratória, conhecida como PCR. Na infância, a causa mais comum é a falência das funções cardiovasculares ou respiratórias, resultado de falta de oxigenação e perfusão tecidual anormal.

Uma parada cardiorrespiratória pode rapidamente resultar em lesões irreversíveis ou morte, tendo em vista que a exigência por oxigênio é maior nessa faixa etária do que em adultos. Dessa forma, é necessário realizar a monitorização dos sinais da parada, que pode ser gerada por baixo débito cardíaco, ventilação inadequada, complicação provocada por processos infecciosos e demais.

Como identificar a necessidade de RCP em crianças?

A RCP em crianças é usada para reverter a parada cardiorrespiratória (PCR), que pode acontecer por:

  • intoxicações;
  • obstrução das vias aéreas altas ou baixas;
  • asfixia;
  • febre;
  • quadros infecciosos;
  • sufocamento etc.

A RCP também precisa ser iniciada se a criança estiver sem pulso detectável ou em bradicardia, por exemplo, que é quando a frequência cardíaca se encontra menor que 60 bpm.

Quais as principais diferenças entre RCP em crianças e adultos?

O procedimento de RCP em crianças é diferente do realizado nos adultos. Nos casos infantis, é importante priorizar a ventilação mecânica, tendo em vista que em muitas situações a causa da emergência não é cardíaca. Então, é preciso observar a quantidade de socorristas, por exemplo:

  • um socorrista: quando há apenas uma pessoa disponível para realizar o socorro, é preciso intercalar a relação compressão-ventilação, como se estivesse socorrendo um adulto, fazendo 30 compressões de alta qualidade para duas ventilações;
  • dois socorristas ou mais: quando houver pelo menos dois profissionais para atender à criança, o ideal é diminuir o tempo para conseguir ventilar mais vezes por minutos e assegurar mais oxigenação. Dessa forma, um fica responsável pelas compressões e outro pela via aérea, realizando dez ciclos de 15 compressões para duas ventilações.

Outro ponto que deve ser considerado na infância é que o coração delas bate mais rápido e, por esse motivo, apresentam mais batimentos por minuto. Desse jeito, o órgão não precisa estar totalmente inerte para que uma parada cardiorrespiratória seja considerada.

No caso em que a criança estiver com menos de 60 batimentos por minuto e com sinais de hipoperfusão, quer dizer que se encontra em PCR, e que a ressuscitação cardiopulmonar precisa ser imediatamente realizada. Então, é fundamental ter atenção aos sinais vitais, bem como cianose e demais sintomas.

Como fazer RCP em crianças?

É importante que seja feito o contato imediato com o serviço de emergência da cidade onde a criança se encontra. No entanto, nem sempre o atendimento é realizado com agilidade, por isso, é importante que todos entendam como realizar a RCP de forma correta e evitar agravamentos ou, até mesmo, o óbito da criança. Assim, veja o que deve ser feito.

Antes de tudo, é necessário posicionar as mãos sobre a barriga da criança para verificar a frequência da sua respiração, e observar se está respirando ou não. Não sendo verificado nenhum movimento no abdômen e no tórax, é porque se encontra em parada cardiorrespiratória.

No caso de bebês, também é importante conferir se não existem sangramentos antes de iniciar as manobras de reanimação. Caso algum sangramento seja identificado, é preciso que seja estancado imediatamente, levando em conta que o corpo de um recém-nascido conta com um volume muito pequeno de sangue. Assim, antes de iniciar os procedimentos de RCP, o ideal é estancar a fonte de sangramento.

Após isso, é preciso iniciar a ressuscitação cardiopulmonar posicionando os polegares lado a lado para fazer a compressão torácica. Em caso de bebês muito pequenos, os polegares podem ser sobrepostos, ou seja, um deve ficar sobre o outro para executar as compressões necessárias.

Em crianças com peso maior, o uso de dois ou três dedos pode ser indicado. No decorrer da compressão, os dedos precisam ser mantidos em um ângulo de 90 graus no tórax da criança.

Antes de realizar a compressão, os dedos devem ser colocados abaixo da linha dos mamilos do paciente. Então, o tórax precisa ser pressionado com os dedos em uma profundidade de quatro centímetros, em um ritmo de 100 a 120 compressões por minuto.

Caso tenha algum socorrista disponível, o ideal é intercalar as compressões com ventilações. Isso significa que sopros devem ser feitos para estimular a respiração da criança. Assim, a frequência passa a ser de 30 compressões de alta pressão para duas ventilações.

Mesmo após a criança voltar a respirar, os movimentos de manobras devem continuar até a chegada do socorro médico. Afinal, o corpo da criança é frágil e vai reagindo aos poucos, então, esse estímulo precisa ser mantido para assegurar que o paciente siga respirando e oxigenando o cérebro, até que o atendimento de uma equipe especializada, que pode ser composta por médicos de variadas especialidades médicas, ou que tenha feito pós-graduação em uma área específica, contando com um base de maior conhecimento, seja realizado.

No decorrer de todo o processo, é preciso sempre avaliar se a criança voltou a respirar, levando em conta que as suas reações podem ser mais sutis.

Quais cuidados tomar ao realizar a RCP em crianças?

Quando a RCP é feita em crianças, é importante que as ventilações sejam de alta qualidade, sem provocar a hiperventilação. Pode acontecer casos em que a ventilação é realizada em excesso, o que provoca um barotrauma, gerando uma elevação do tórax e a redução do retorno venoso. É preciso ter em mente que o importante não é fazer muito, mas sim, bem-feito.

Conseguiu entender melhor como funciona a RCP em crianças? Conhecer o passo a passo de como executar o procedimento é fundamental para evitar danos irreversíveis ou, até mesmo, o óbito do paciente.

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