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Saúde do Homem: por que homens morrem mais que mulheres no Brasil?

28/09/2021

A população masculina é comumente mais afetada por alguns tipos de doenças. Saiba mais!

Você já parou para pensar na importância dos cuidados com a saúde do homem? Esse grupo social conta com características únicas, tanto de estilo de vida quanto fisiológicas. E, claro, essas diferenças são refletidas em dados obtidos por pesquisas.

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa média da população brasileira era de 76,6 anos em 2019. A taxa corresponde ao número de 80,1 anos para as mulheres e 73,1 para os homens.

Além disso, dados da Biblioteca Virtual de Saúde, do Governo Federal, trazem a informação de que 68% das mortes entre indivíduos de 20 e 59 são de homens. Informações como essas nos mostram que é fundamental identificar e lidar com as causas dessa discrepância entre os gêneros. A seguir, você vai descobrir mais a respeito da saúde do homem!

Quais são as causas da taxa de mortalidade dos homens ser maior?

Além das causas sociológicas para a maior taxa de mortalidade entre os homens — como o fato de os principais casos de violência, homicídios e acidentes acontecerem entre as pessoas do sexo masculino —, há também as razões relacionadas com a área da saúde.

Um fator que deve ser considerado é a existência de um número menor de políticas públicas de saúde voltadas exclusivamente para o homem. Essa é uma realidade que vem se alterando, com a criação de campanhas de conscientização e a realização de um esforço maior nesse sentido.

Somado a isso, temos também a questão de uma tendência social de os homens procurarem menos auxílio quando estão doentes, seja por receio de “mostrar fraqueza”, por falta de tempo devido às longas jornadas de trabalho ou até mesmo por temer os possíveis exames e procedimentos feitos.

Quais são as doenças mais prevalentes em homens?

Agora, vamos descobrir algumas das causas que contribuem para que a mortalidade masculina seja superior à das mulheres.

Doenças cardiovasculares

Os problemas cardiovasculares atingem tanto homens, quanto mulheres. Embora as consequências do infarto sejam mais graves entre o público feminino, é importante salientar que o sexo masculino é mais comumente afetado pelas doenças do coração.

Um bom exemplo disso é o fato de que os homens começam a apresentar essas alterações por volta dos 55 anos, enquanto as mulheres só mostrarão esses sinais 10 anos depois. Nessa faixa etária, a incidência dessas doenças entre os homens é cerca de três vezes superior à observada entre as pacientes do sexo feminino.

Doenças hepáticas

As doenças hepáticas também representam um risco para a saúde dos homens. Uma das causas para essa realidade é a relação entre o gênero e os hábitos, já que os pacientes do sexo masculino costumam ter mais comportamentos de risco para problemas no fígado.

Dois bons exemplos disso são a alimentação inadequada, muito mais frequente entre os homens, e o abuso de substâncias com alto índice de álcool. A taxa de alcoolismo é cerca de 10% maior entre os homens.

Câncer de próstata

Esse é um tipo de câncer exclusivamente masculino. É, também, o mais comum entre esse grupo, representando cerca de 29% dos diagnósticos de neoplasias malignas entre os homens no Brasil.

O grande vilão do combate ao câncer de próstata é, sem dúvidas, o comportamento masculino frente às consultas. Graças à recusa em realizar alguns exames preventivos, os homens acabam sendo diagnosticados em estágios mais tardios da doença, o que dificulta o tratamento e reduz as chances de remissão.

Câncer de pele

Assim como acontece com as doenças hepáticas, o câncer de pele — que é o mais comum em todo o país, incluindo homens e mulheres — se torna mais frequente entre o público masculino graças ao estilo de vida dessa parcela da população.

A maior exposição ao sol e o uso reduzido de proteção contra os raios solares — feita por meio de protetores ou filtros, considerados como “besteira cosmética” por muitos pacientes — faz com que eles sejam mais suscetíveis a desenvolver esse tipo de câncer. Por isso, educar é essencial!

Câncer de testículo

Esse é um tipo de câncer mais incomum, que representa cerca de 5% dos cânceres diagnosticados entre os homens. Além disso, pode ser curado de maneira relativamente simples quando os pacientes buscam auxílio médico logo no começo da manifestação sintomática.

No entanto, novamente graças às implicações sociais referentes à masculinidade, muitos pacientes menosprezam os próprios sintomas e acabam procurando um centro de saúde apenas quando a situação está insustentável.

Câncer de pulmão

Esse é um tipo de câncer relativamente comum nos brasileiros, mas com uma incidência que se apresenta em queda desde meados dos anos 1990. Isso se deve à maior conscientização acerca do tabagismo. Um novo vilão, no entanto, é a poluição atmosférica presente nos grandes centros urbanos.

Apesar disso, há mais casos de câncer de pulmão entre os homens do que entre as mulheres. Isso se deve, novamente, a uma presença maior de hábitos inadequados. Outra possível razão é a área de trabalho, que também pode ocasionar uma inalação maior de compostos potencialmente cancerígenos.

Com isso, podemos perceber que o investimento em uma boa especialização em Medicina é imprescindível para que a população masculina seja cada vez melhor atendida pelos médicos.

O foco em tecnologia na Medicina também é muito importante. Assim, profissionais cada vez mais qualificados poderão atender aos homens com foco nas suas particularidades sociais e fisiológicas!

Como um médico deve orientar seus pacientes?

A mudança nesse quadro preocupante deve se iniciar nos consultórios médicos. É importante que os profissionais tenham uma abordagem mais humanizada com todos os pacientes, adequando o discurso às necessidades e experiências de cada um deles.

Quando o paciente for um homem, é essencial ter pulso firme e delicadeza ao mesmo tempo. Compreender o histórico social daquele indivíduo e fazê-lo compreender a importância dos cuidados com a própria saúde é o primeiro passo para um diálogo produtivo entre as partes.

Depois, não deixe de explicar com riqueza de detalhes todos os procedimentos que serão feitos, elencando os direitos do paciente nesse processo e salientando que a confidencialidade é um dos pilares da Medicina. Tranquilizar o homem, nesse momento, é fundamental.

Também é responsabilidade do médico educar o seu paciente, explicando de forma clara e didática sobre as implicações da patologia presente e/ou trazendo informações relevantes sobre os métodos de controle ou prevenção das enfermidades, como a prática de atividades físicas e a importância de uma alimentação saudável.

Como podemos ver, há uma série de particularidades nos cuidados com a saúde do homem. É fundamental que os profissionais da área estejam aptos a lidar com essas diferenças, a fim de oferecer tratamentos e diagnósticos cada vez mais precisos aos seus pacientes.

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